Sucesso de público e crítica, o espetáculo Ltda, com texto de Diogo Liberano e direção de Debora Lamm, volta ao cartaz dia 11 de julho no Teatro Glaucio Gill

O projeto do Coletivo Ponto Zero debate a indústria

das ‘fake news’ em uma época de pós-verdade e pós-ética

A crescente manipulação de informações, nos mais diferentes meios impressos e virtuais, e os seus consequentes desdobramentos políticos, sociais e culturais motivaram o Coletivo Ponto Zero a montar o espetáculo Ltda que, após uma bem-sucedida temporada de estreia no primeiro semestre, volta ao cartaz dia 11 de julho, no Teatro Gláucio Gill, onde fica em temporada sempre às quartas e quintas, às 21h, até 02 de agosto. Com texto de Diogo Liberano, direção de Debora Lamm e atuação do coletivo, a peça lança um olhar sobre a condição humana em tempos de pós-verdade e pós-ética e põe um holofote na recorrente ganância do ser humano por dinheiro e poder.

“Escolhi dirigir Ltda por entender que o teatro é um espaço democrático, um lugar essencial para fomentar relevantes debates sobre o momento sombrio em que atravessamos”, comenta Debora Lamm

Foto Ricardo Borges

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Segundo publicação recente da Associação Nacional de Editores de Revistas – ANER, “as pessoas estão confusas por receberem grande quantidade de notícias falsas. Sejam impressas, online, no celular ou em vídeo”. Para discutir o tema, o autor Diogo Liberano criou uma trama que se desenrola em um edifício empresarial no centro do Rio de Janeiro, onde um jovem recém-formado em jornalismo aguarda ansioso para a sua primeira entrevista de emprego. A empresa, que aparenta ser uma agência de jornalismo, aos poucos revela seus reais propósitos. Uma das antigas funcionárias, aquela que recebe o futuro novo empregado, manifesta o motivo de ainda estar ali: ela pretende ser demitida para, finalmente, abrir o seu próprio negócio. Na sala dos sócios fundadores da empresa, o rapaz é entrevistado e o serviço é exposto de maneira clara e inconfundível: “você será (bem) pago para inventar e divulgar notícias com o objetivo de expandir o mercado das empresas que contratam nossos serviços”. Porém, nada é assim tão simples e, pouco a pouco, a empresa vai ruindo porque as mentiras não são produtos apenas para os clientes, são também a engrenagem através da qual essa empresa funciona. É ano de eleição no Brasil: a situação se agrava quando uma famosa figura pública, aspirante à presidência, compra os serviços da empresa. O que aconteceria se toda e qualquer verdade inventada virasse um fato?

“Mais uma vez, venho através de uma dramaturgia colocar em questão o ser humano e a sua ganância por dinheiro e poder. No caso desta criação, manifesto o meu espanto com o grande comércio que se tornou a produção de notícias falsas”, observa Diogo Liberano

O espetáculo busca refletir sobre que tipo de força pode agir contra esse movimento tão violento de seres humanos agindo contra seres humanos, destruindo valores comuns e a possibilidade de uma vida em sociedade. Para Liberano, é o amor. O amor filosófico, o amor que tolera e se interessa pelas diferenças, contradições e mesmo paradoxos da vida; o amor pela amizade.

“O amor é, hoje, para mim, talvez o único modo para lidar com o ódio desenfreado e que vem marcando a nossa vida cotidiana. Por isso, apresento um personagem que vai costurando a dramaturgia e oferecendo a possibilidade de nos relacionarmos mais com aquilo que, a princípio, julgamos ser negativo”, explica o dramaturgo que, com ‘Ltda’, faz o espectador entrar em contato com essa constante variação do caráter humano que tudo tem a ver com o contexto em que ele vive. “Ser uma pessoa boa não é, propriamente, ser alguém que apenas faz o bem. Se quisermos fazer algo frente ao ódio que se alastra em nossa época, precisamos ultrapassar rótulos como ‘bom’ e ‘ruim’, ‘certo’ ou ‘errado’, e mesmo ‘verdade’ ou ‘mentira’”.

O Coletivo Ponto Zero é composto por artistas baianos radicados no Rio de Janeiro: Brisa Rodrigues, Brunna Scavuzzi,  Lucas Lacerda e Carlos Darzé. Seu primeiro espetáculo, “Curral Grande”, resgatou a história sobre os campos de concentração existentes no Ceará, durante a seca de 1932. O que movia esses artistas naquele momento era apresentar uma ferida desconhecida e principalmente investigar junto a obra os processos de higienização social presentes nos dias de hoje, tendo em vista os reflexos de um passado recalcado socialmente no Brasil. Para realizar o segundo espetáculo, a multiplicação de discursos e opiniões agressivas relacionadas à ganância pelo poder lhes parecia ser urgente e preenchia seus desejos de falar sobre a atual condição humana. Assim, o Coletivo Ponto Zero se junta a Debora Lamm, Diogo Liberano e os atores convidados Leandro Soares e Orlando Caldeira para trazer à cena teatral seus olhares a respeito de uma das mais profundas mazelas sócio-políticas da atualidade: a manipulação da informação.

“Queríamos uma dramaturgia brasileira, que fosse construída no presente para o presente. Para falar sobre a atualidade não se pode ter medo de mergulhar na lama. Estudamos o cenário político do país, pesquisamos sobre os meios de manipulação da informação e nos deparamos com a pós-verdade. Com este mote, estamos costurando teias que desconstroem as fronteiras e limitações entre ator e personagem, ficção e realidade, público e representação, real e imaginário”, comenta o ator e produtor Lucas Lacerda.

  • Ficha técnica:
  •  
  • Dramaturgia: Diogo Liberano
  • Direção: Debora Lamm
  • Direção de Produção: Lucas Lacerda
  • Direção de Movimento: Denise Stutz
  • Elenco: Brisa Rodrigues, Brunna Scavuzzi, Leandro Soares, Lucas Lacerda e Orlando Caldeira
  • Atriz Stand-in: Mônica Bittencourt
  • Direção Musical: Marcello H
  • Figurino: Ticiana Passos
  • Visagismo: Josef Chasilew
  • Desenho de Luz: Ana Luzia de Simoni
  • Cenário: Debora Lamm
  • Cenotécnico: Claudio Roberto Silva
  • Assistente de Direção: Junior Dantas
  • Assistente de Figurino: Brisa Rodrigues
  • Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
  • Programação Visual: Daniel de Jesus
  • Fotos de Divulgação: Ricardo Borges
  • Making Off: Mika Makino e Tatiana Delgado
  • Marketing Digital: Eddesign – Maria Alice Edde
  • Produção Executiva: Geovana Araujo Marques
  • Assistente de Produção: Julia Kruger e Naomi Savage
  • Gestão Financeira: Carlos Darzé e Lucas Lacerda
  • Realização: Coletivo Ponto Zero
  •  
  • Serviço:
  • Ltda
  • Temporada:  De 11 de julho a 2 de agosto
  • Teatro Glaucio Gill: Praça Arcoverde, s/nº, Copacabana
  • (ao lado da Estação Arcoverde)
  • Telefone: 2332-7904
  • Dias e horários: Quartas e quintas, às 21h
  • Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).
  • Lotação: 90 pessoas
  • Duração: 1h
  • Classificação indicativa: 14 anos
  • Vendas online: https://www.ingressorapido.com.br

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